Frequentemente associa-se à incapacidade funcional, à depressão, à ansiedade, ao sono não reparador, à fadiga, ao déficit de memória, à cefaleia, à constipação ou à diarreia.
As causas ainda são desconhecidas, podendo envolver predisposição genética, alterações neuroendócrinas, psicossomáticas e do sono, incluindo outros fatores externos, como trauma, artrite periférica e possível microtrauma muscular por descondicionamento.
Além disso, a presença de outras variáveis que podem influenciar a sintomatologia é também observada, como alterações climáticas, grau de atividade física e estressores emocionais (Bressan e Colaboradores, 2008).
Para Pillemer e Colaboradores (1997), as maiores evidências apontam para um distúrbio de modulação central da dor ou um processamento alterado do sistema nervoso central em resposta a um estímulo nociceptivo.
Não existem exames subsidiários, tanto de laboratório como de imagem, que tenham utilidade diagnóstica para a síndrome, exceto quando outras enfermidades estiverem presentes concomitantemente. A FM, por ser uma síndrome dolorosa crônica, cursa com um impacto negativo importante na qualidade de vida dos pacientes (Braz e Colaboradores, 2011).
A inatividade física leva os pacientes com síndrome de FM a um declínio na função neuromuscular, na resistência muscular, na velocidade de contração dos músculos e na função cardiorrespiratória. Isto interfere no desempenho funcional, que inclui caminhar, subir escadas e outras atividades cotidianas.
Como consequência, instala-se um ciclo vicioso, no qual a dor, como resultado do esforço físico, faz com que essas pessoas evitem qualquer exercício, atitude esta que acaba perpetuando os sintomas.
Desta forma, a intervenção direcionada à melhoria da saúde de pessoas com FM deve levar em consideração tanto a melhora dos sintomas físicos quanto dos psicológicos.
Uma alternativa não medicamentosa para o tratamento desta síndrome é a prática de exercícios físicos.
O exercício mais prescrito é o aeróbio de baixo impacto, com gradativo aumento de carga e intensidade de até 65% a 70% da frequência cardíaca máxima (FCmáx). Entre os benefícios dos exercícios aeróbios (EA) para esta população se destacam a diminuição da dor, melhora no sono, humor, cognição e sensação de bem estar.
Benefícios do exercício aeróbio (ea) em indivíduos portadores de fibromialgia (fm)
Para Medeiros e Colaboradores (2010), a aptidão física é o estado de bem-estar, o qual se fundamenta o desempenho ideal. O treinamento é o processo planejado e organizado pelo qual se consegue elevar esse desempenho, por meio de uma sequência de exercícios físicos capazes de estimular
aumentos ou adaptações anatômicas e fisiológicas.
EA é desempenhado em intensidade submáxima, permitindo a manutenção do esforço por períodos prolongados (>10 minutos). É caracterizado pela realização de contrações de um mesmo grupo muscular em caráter rítmico e repetido. Exemplos incluem natação, ciclismo, caminhada e corrida de média e longa duração.
Conforme Roberts e Robergs citados por Medeiros e Colaboradores (2010), a qualidade e a duração de cada sessão de treino são condições fundamentais, diante das melhorias induzidas pelo treinamento no desenvolvimento ou conservação da aptidão física, por conseguinte elevação da tolerância ao esforço físico
Os benefícios do alongamento em indivíduos com síndrome de FM ocorrem em 10 semanas e se estabilizam, enquanto a melhora associada ao Exercício Aeróbio se manifesta nesse período e permanece aumentando até 20 semanas.
O treino aeróbio provoca mudanças neuroendócrinas como o aumento na liberação de serotonina e norepinefrina, que resulta na melhora do humor, benefício não alcançado no alongamento. Os exercícios de baixa intensidade, ou aqueles em que o paciente é capaz de identificar o limite de seu esforço e dor, parecem ser os mais efetivos.
Dica do dia, para quem sobre com a FM o ideal é associar alongamentos com atividades físicas regulares!
Roberta Malagutti
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